Coragem para viver,.Existem milhões de coisas interessantes na vida. Todos os dias surgem coisas novas que você gostaria de fazer, pessoas novas que você gostaria de conhecer, empreendimentos novos que você gostaria de tentar. Tenha a coragem de viver. Compartilhe esse artigo com os amigos.



Viver exige coragem, momento a momento. A ausência dessa coragem tem como custo a perda da vitalidade. Cada vez que agimos da forma que realmente expressa o que sentimos e pensamos, isso produz a sensação de vida, de fluir, de estar presente naquele momento. Cada vez que deixamos de agir plenamente, seja porque estamos intimidados, seja porque tal ação não atende aos nossos objetivos futuros, nos furtamos a estar plenamente presentes e isso implica em deixar passar aquele momento de vida.
Por outro lado, somos preparados, biológica e psicologicamente, para nos rendermos aos imperativos da vida, quando isso é necessário. A natureza costuma ser indiferente ao que queremos ou deixamos de querer, a aquilo que nos faria sentir melhor ou pior: a fome vem, estejamos ou não cansados, e o dia sucede à noite, implacavelmente, mesmo quando um desses tipos de acontecimento nos seria mais conveniente. As outras pessoas têm suas necessidades e motivações às quais temos que ser sensíveis quando gostamos delas ou queremos nos relacionar com elas.
Não dá para deixar de usar o que aprendemos e concluimos anteriormente como guia para agir no presente. Devemos, no entanto, considerar essas guias apenas como conclusões provisórias e não como verdades absolutas ou imutáveis. 
Não vou advogar nesse artigo que sempre devamos lutar para que as coisas sejam da forma como gostaríamos que fossem. Este artigo parte do princípio que cada um de nós, as outras pessoas e as situações estamos sempre mudando e que muitas dessas mudanças exigem ou dão espaço para uma ação da nossa parte. Essa ação pode ser aquela que deu certo na vez anterior em ocorreu uma situação similar, ou ser o resultado de uma nova forma olhar para o que está ocorrendo ou de uma nova coragem para atuar de forma diferente. Estas duas últimas formas é a que caracterizam a coragem para viver.

Formas de coragem

Estes são os principais tipos de coragem:
- Rever as próprias lentes que determinam e condicionam a autopercepção, a percepção de outras pessoas e do mundo ao nosso redor, do passado,do  presente e do futuro.
- Estar sempre revendo as conclusões sobre si, sobre outras pessoas e sobre o mundo: viver com coragem é estar aprendendo constantemente

Como a dose errada de controle por objetivos futuros esvazia o presente

                Estabelecer objetivos futuros para lidar com o mundo material é uma medida necessária. Temos que estabelecer objetivos para coisas do tipo fazer ginastica, construir uma casa e poupar para os dias difíceis. A vida seria impossível sem este tipo de planejamento. O problema é errar na dose ou no área do planejamento e, com isso, fazer com que o presente seja apenas um meio de chegar ao futuro. Esse erro inclui a avaliação dos próprios sentimentos e das pessoas ao redor apenas sob a ótica da relevância para esses objetivos futuros.
O passado, o presente e o futuro
Duas pessoas conversam. Uma delas, mais intelectualizada, afirma que uma das maiores questões da filosofia é  “De onde viemos e para onde vamos”. A outra pessoa, uma humorista, contesta:
- Desculpe-me. Creio que não é essa a questão mais importante.
- Como não? Qual seria então?
- A questão mais importante é conseguir um lugar na janelinha, durante essa viagem!
Essa anedota sintetiza bem as duas perspectivas: uma preocupada com o passado e com o futuro, e a outra, com o presente. Ambas essas perspectivas têm parte da razão: o passado, o futuro e o caminho que trilhamos entre esses dois pontos da nossa jornada são importantes. O medo de perder aquilo que já conquistamos e fazer tudo que é possível para construir e manter uma  boa própria imagem pública são maneiras de sacrificar o presente pelo futuro.
Quando o passado sobrecarrega o presente
Uma parte do passado não assimilado, principalmente as mágoas e os traumas não superados, são como sacos de pedra que carregamos nas costas: eles nos impedem de caminhar com leveza e que tenhamos espaço para apreciar o presente.

Esvaziamento do relacionamento

- Os seus amigos não acham interessante conversar com você?
- O seu casamento perdeu a vitalidade?
- O seu parceiro não presta mais atenção em você? Ele prefere a companhia dos amigos ou ver televisão?
Em certo grau, essas mudanças são inevitáveis. Após um tempo de relacionamento aumenta a previsibilidade da nossa forma de agir e, por isso, os nossos interlocutores abaixam o nosso nível de alerta e de atenção para conosco. Depois que passa o período onde somos novidades para os nossos interlocutores temos que ser interessantes para que continuemos merecedores de um bom grau de suas atenções.
Seria contraproducente se as pessoas sempre agissem como se estivessem conversando com você pela primeira vez. Embora essa ideia possa agradar à primeira vista, isso tornaria a vida muito complicada e inviável: uma dose de segurança de que você será aceito e acolhido por ser conhecido e um tanto previsível pode ser mais vantajosa do que uma grande dose de atenção que receberia por ser sempre uma novidade.

Quando a segurança imediata causa a insegurança a médio e longo prazo

Muitas vezes aquilo que é mais seguro imediatamente é menos seguro a médio e longo prazo. Considere a seguinte história:
Ela era uma deusa para ele. O pior de tudo é que ela não era isso só para ele. Ele tinha o maior medo de perdê-la. Não a contrariava. Deixava que ela tomasse a maioria das decisões, estava sempre disponível para ela. No início, ela adorava ter um namorado tão dedicado. Tempos depois, ela começou a reclamar que ele não pensava nos programas, que a maioria das decisões do casal ficava com ela. Pior ainda, ela achava que ele quase não tomava iniciativas e acabou declarando que sempre admirou um homem mais seguro de si, que trouxesse novidades e emoções para a sua vida. Ele era o tipo bonzinho e ela estava deixando de gostar dele.

O sexo perdeu a graça?

O sexo com a sua parceira perdeu a graça, virou obrigação? Isso pode ter acontecido porque ela deixou de ser fisicamente atraente; você não a atrai como antes e, por isso, ela também não é sexy com você; devido a motivos que independem de você (doenças, medicações, stress, cansaço, etc.) ou porque você se tornou repetitivo, previsível demais e, portanto, chato. Você tem medo de tentar coisas novas na hora do sexo e ser rejeitado, ser considerado pervertido, uma pessoa que tem pensamentos abomináveis, desinteressantes? "Parabéns": você está engessando as suas práticas sexuais e tornado-as repetitivas e desinteressantes.
As pessoas que têm coragem para atualizar seus comportamentos de acordo com as mudanças dos seus pensamentos e sentimentos são aquelas que têm a confiança que podem variar sem que nada de catastrófico ocorra ou, caso isso ocorra, é porque era inevitável. Não ficam reféns de seus medos durante toda a vida e se recusam a viver mediocremente devido à falta de coragem.
 Creio que o desejo sexual pode continuar forte durante toda a vida para aqueles que têm coragem de mostrar as variações naturais de seus desejos. A diminuição da contribuição dos ingredientes biológicos para o desejo sexual que ocorre com a idade pode ser amplamente compensada pelo aumento da contribuição dos ingredientes psicológicos.  Um exemplo que ilustra bem o funcionamento extremo dos ingredientes psicológicos são as pessoas viciadas em sexo: aprenderam a tornar o sexo algo extremamente excitante, muito além do que seria razoável.

Falta de coragem e manutenção de um emprego chato.

Ele odiava mudanças. Tinha o maior medo de perder o emprego. Ganhava bem acima da média que o mercado pagava para a sua profissão. Não estava satisfeito com o que fazia. Odiava as segundas feiras. Mas estava em uma armadilha.
Passamos boa parte de nossas vidas no trabalho. Quando não gostamos do que fazemos, mas não vemos como mudar ou temos medo de fazer isso já comprometemos uma boa parte da nossa vida com uma atividade desvitalizada: vendemos parte da nossa vida para o diabo. E, olhe, ele pagou pouco!

Mecanismos que levam à passividade

Vamos examinar aqui alguns dos mecanismos que fazem com que nos acovardemos perante aos desafios da vida.

Fenômenos psicológicos relacionados com a falta de coragem para aceitar desafios da vida

- Inassertividade: deixar de agir da forma que sentimos e pensamos porque tememos consequências que podem ser impostas por outras pessoas.
- Timidez: tensão e inibição em situações sociais provocadas por temores irrealistas de sanções, rejeições e humilhações.
- Baixa autoestima: avaliar-se negativamente de forma imerecida.
Conformismo com as normas sociais: sentir que tem que comportar-se de uma forma que não gostaria para evitar sanções sociais.
Depressão: sensação de falta de controle sobre áreas da própria vida que considera muito importantes

A novidade atrai a atenção

A novidade atrai a nossa atenção e, quando ela é importante, também provoca reações para lidar com aquilo que a despertou. Temos a tendência para prestar mais atenção em coisas novas, sejam elas pessoas, situações ou objetos. O “Efeito Coolidge” foi constatado em várias espécies de animais e exemplifica o poder da novidade: a motivação sexual aumenta bastante quando um novo parceiro se torna disponível. Este tipo de mecanismo tem uma função facilmente compreensível: o novo deve ser compreendido e avaliado devido ao seu potencial para causar consequências. Aquilo que é velho já recebeu atenção, foi compreendido satisfatoriamente e catalogado e a melhor forma de lidar com ele já foi determinada e testada. Isso acontece com qualquer acontecimento, situação ou atividade nova: emprego, chefe, caminho, namorado. 

As mudanças ocorrem naturalmente: não é necessário buscar por elas

O grau de estabilidade dos fenômenos que nos afetam varia desde uma relativa estabilidade até uma extrema mutabilidade. Exemplos:
- O nosso parentesco e nacionalidade são fixos ou bastante estáveis
- O nosso sucesso em uma conversa ou na realização de uma tarefa podem mudar momento a momento.
- As emoções mudam em segundos, os humores podem durar horas ou até dias e os traços de personalidade, anos.
-As nossas motivações que têm origem no funcionamento do organismo mudam o tempo todo: fome, sede, sono, cansaço.
- A nossa autoestima pode variar contínuamente de acordo com acontecimentos que afetam os julgamentos sobre o nossos próprio valor: sucesso em uma conversa, sucesso para terminar uma tarefa, cumprimento das nossas metas diárias etc. 

Porque resistimos às mudanças?

Considerar as outras pessoas como conhecidas, previsíveis e imutáveis é perigoso, porque elas mudam continuamente: deixar de prestar atenção nelas, no que elas têm de novo é uma forma irrealista de não dar importância a elas.
As pessoas cooperam para que pensemos que elas são mais estáveis do que realmente são: elas disfarçam a forma como são ou como estão em um dado momento: permitem que seus interlocutores ajam como se elas não mudassem. Elas fazem isso devido à tentação de receber um bom tratamento, para não causar constrangimentos e pela pressão para não mudar.
Existem milhões de coisas interessantes na vida. Todos os dias surgem coisas novas que você gostaria de fazer, pessoas novas que você gostaria de conhecer, empreendimentos novos que você gostaria de tentar. Tenha a coragem de viver.
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