Política Visita ao Paraná Em Ponta Grossa, Dilma e Richa trocam “afagos”


Visita ao Paraná

Em Ponta Grossa, Dilma e Richa trocam “afagos”

Presidente e governador esquecem divergências e destacam parceria entre a União e o Estado

Richa e Dilma, com Gleisi ao lado: farpas dos últimos meses foram deixadas de lado (foto: Ricardo Almeida/ANPr)

Apesar do processo crescente de tensão entre o governo federal e o governo do Estado, o governador Beto Richa (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) trocaram nesta terça-feira (16) “afagos” durante visita da petista para a entrega de 1.438 casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em Ponta Grossa (Campos Gerais). Ambos destacaram a importância da parceria entre a União e o Estado na área habitacional, deixando de lado as farpas trocadas nos últimos meses.

“Na área de habitação, eu tenho que agradecer muito a parceria e os investimentos do governo federal que acontecem no Paraná, como tenho feito, de forma sistemática, este registro”, disse Richa. “A grande revolução habitação deste governo se dá graças às parcerias do Governo Federal com os Estados e municípios”, reforçou Dilma.

As declarações contrastam com a troca de acusações entre o governo Richa e da presidente que se intensificaram desde o início do ano. O governador tem atribuído as dificuldades financeiras do Estado à queda de repasses federais e a medidas como a redução das tarifas de energia elétrica, que teriam resultado na perda de R$ 1 bilhão em receita. Além disso, Richa tem apontando uma suposta “perseguição” política para a não liberação de empréstimos pedidos pelo Paraná junto a organismos financeiros nacionais e internacionais.

Do outro lado, o governo federal, através do grupo político da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann – provável candidata do PT ao governo do Estado no ano que vem – tem rebatido as alegações, apontando falta de articulação política e de projetos por parte do governo do Estado. E atribuído a não liberação dos empréstimos ao não cumprimento, por parte da administração estadual, das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Mais recentemente, quando Dilma convocou os governadores para uma reunião em Brasília, após a onda de manifestações populares que explodiram pelo País, Richa confessou só ter comparecido ao encontro a contragosto. Na ocasião, o paranaense reafirmou às críticas ao governo federal, afirmando que a presidente estaria apenas tentando “dividir o ônus” da insatisfação popular com os governadores.

Na semana passada, foi a vez de Gleisi – que ontem estava ao lado de Dilma no evento em Ponta Grossa – reagir, afirmando em resposta a manifesto de entidades do setor produtivo paranaense articulado pelo governo Richa que não houve queda nos repasses federais ao Estado. E que os empréstimos não saíram porque o governo paranaense está fora dos limites legais de gastos com pessoal.

Tensão — O clima de tensão era tal que assessores da presidente e líderes petistas locais temiam protestos contra Dilma que estariam sendo organizadas por aliados do governador, para o evento de ontem, em Ponta Grossa. Um grupo de sem-teto até chegou a promover uma manifestação próximo ao evento, ontem, mas sem maiores incidentes.

No discurso, Richa disse que o Paraná, em parceria com o governo federal, está fazendo uma revolução na área da habitação do Estado. “Segundo diretores da Caixa Econômica Federal, o Paraná tem a maior parceria habitacional de todo o País para cobrir o grande déficit que tínhamos no Estado”, destacou o governador. Segundo ele, em quatro anos serão construídas moradias para 110 mil famílias paranaenses, das quais 10 mil da área rural, enquanto que noos oito anos do governo anterior foram construídas apenas 15 mil unidades.

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