Realismo na escolha de parceiros amorosos,.Seja moderadamente otimista na escolha do seu parceiro amoroso e aumente as chances do seu relacionamento dar certo.



Pense nos seu amor atual ou, se você não tiver, no seu ultimo. Lembre-se da época que você estava apaixonada por ele (espero que ainda continue, é claro). Note que, nessa época, você achava que ele possuía várias semelhanças com você, tinha algumas características que você admirava e ausência de defeitos insuportáveis. Este é o assunto que vai ser tratado neste artigo.

Procuramos parceiros que tenham graus de atração semelhantes aos nossos.

Geralmente procuramos parceiros que sejam semelhantes a nós mesmos. Além disso, é mais provável que encontremos pessoas que sejam similares a nós nos locais que frequentamos.

"Quem muito quer, nada tem"

Considere a seguinte anedota, de autoria desconhecida:
Uma pessoa encontrou um amigo, que não via há muito tempo. A certa altura da conversa perguntou para o amigo.
- E ai, está namorando?
- Não.
- Porque não?
- Estou procurando uma mulher perfeita!
Tempos depois, os amigos voltaram a se encontrar e, após algum tempo de conversa, o assunto acima reaparece:
- E ai, já arranjou namorada?
- Não.
- Por quê? Ainda não encontrou a mulher perfeita?
- Encontrei.
- Por que, então, você não está namorando?
- Porque ela também estava procurando um homem perfeito!
Embora conheçamos pessoas bonitas, ricas, gentis, atenciosas, confiáveis, etc., não nos apaixonamos automaticamente por elas. Para apaixonarmos necessitamos ter esperança de reciprocidade do interesse amoroso (segundo Stendhal, é suficiente que a esperança dure poucos momentos para que nasça o amor. A esperança também pode ser completamente infundada e baseada apenas na imaginação do amante ou baseada em algum fato ambíguo que ele interpretou nesta direção).
O interesse recíproco é mais provável quando os parceiros são semelhantes entre si em uma grande quantidade de atributos que são socialmente valorizados. Estas semelhanças favorecem também o entendimento entre o casal: torna cada cônjuge mais capaz de entender o que está acontecendo com o outro e mais apto e propenso a apoiá-lo. As diferenças em certas áreas (religião, como gastar o dinheiro, liberdade sexual, etc.) aumentam as chances de atritos.

Semelhanças nos graus de atração de parceiros amorosos

O seguinte caso real mostra como algumas pessoas são realistas na hora de escolher uma pessoa para um relacionamento amoroso.
Certa vez fiz uma palestra para pessoas que estavam interessadas em iniciar relacionamentos amorosos. Após a palestra, uma mulher muito bonita e que tinha muita presença pediu para falar comigo. Ela disse que, embora a palestra tivesse abordado tópicos interessantes, eles não se aplicavam ao seu caso. Perguntei, então, o que se passava com ela. Ela relatou que tinha se apaixonado por um homem que tinha condições econômicas e educacionais bem mais modestas do que o seu. Ele, no entanto, tinha um ótimo caráter, era batalhador e tinha muito sex appeal. O homem também havia manifestado interesse por ela, mas nunca tomava nenhuma iniciativa. Após um bom tempo nesta situação, ela resolveu ser mais explícita e declarou-se para ele. Ele ficou muito lisonjeado com a declaração, expressou o grande interesse e atração que também sentia por ela, mas disse que não ia querer nada com ela!
            Explicou por que: “Você e sua família são de outro círculo social e econômico. Não quero ficar constrangido frequentando a sua casa e seu círculo de relações, que não irão me aceitar com facilidade. Se casássemos e tivéssemos filhos, eles não poderiam frequentar as mesmas escolas dos seus primos. Eles também não poderiam fazer as mesmas viagens, ter as mesmas roupas e carros. Sofreríamos muito com tudo isso e acabaríamos nos separando. Por isso, não quero nada com você!”.
Este tipo de caso, onde o menos valorizado rejeita o mais valorizado é mais raro. O mais comum é a pessoa mais valorizada e admirada rejeitar o menos valorizado.

Pesquisas que mostram que há realismo na escolha da aparência do parceiro

Uma pesquisa americana verificou que as pessoas são realistas quando consideram a aparência dos parceiros para um encontro. Os graus de atração dos participantes dessa pesquisa foram avaliados por um grupo de auxiliares dos pesquisadores. Em seguida, os pesquisadores solicitaram aos participantes que ordenassem dezenas de fotografias de pessoas do sexo oposto, segundo os graus de atração das pessoas mostradas nessas fotografias. Foi verificada uma grande dose de acordo entre os participantes nas ordenações dessas fotografias.
Em seguida, os pesquisadores solicitaram aos participantes da pesquisa que escolhessem uma pessoa da lista de fotografias para sair naquela noite. Nesta tarefa foi verificada uma forte tendência, por parte dos participantes, para escolher pessoas cujas fotos mostravam um grau de atração que era semelhante ao grau de atração de quem estava fazendo a escolha. Isto foi verificado principalmente entre as mulheres, consideradas, por esta razão, como sendo mais realistas.  Este estudo indicou, portanto, que as pessoas concordam entre si quando avaliam os graus de atração de desconhecidos, mas tendem a escolher pessoas com graus de atração semelhantes às delas próprias para um encontro.  
            Outra pesquisa, realizada por Irwin Silverman, professor da Universidade da Flórida, pediu aos seus alunos para observar discretamente casais de namorados em vários locais públicos e avaliar a atração de cada membro dos pares, através de uma escala de cinco pontos. Este estudo mostrou que havia uma grande similaridade entre o homem e a mulher de cada par. Em 85 por cento dos pares não havia uma diferença de mais que um ponto entre os graus de atração dos seus membros. As observações deste estudo mostraram, também, que naqueles pares onde o homem e a mulher tinham um maior grau de semelhança entre si, na atração, também tendiam a mostrar um maior grau de intimidade física: 60 por cento dos pares que tinham um nível de atração muito semelhante mostravam algum tipo de intimidade física (dar as mãos, andar de braços dados, etc.), ao passo que isto acontecia com 46 por cento dos pares moderadamente semelhantes e com apenas 22 por cento daqueles com menor semelhança.

Homogamia e admiração

Na escolha de parceiros são levadas em conta, obviamente, muitas outras características, além da atração. A regra geral é que tendamos a escolher pessoas que sejam similares a nós próprios em uma grande quantidade de características (nível educacional, nível econômico, valores, religião, traços de personalidade, etc.).
Aquele ditado que afirma que “Os opostos se atraem”, está redondamente errado. De fato, algumas diferenças, mas não oposições, podem sem benvindas: por exemplo, a admiração do parceiro é um dos requisitos para o nascimento do amor (Stendhal). Admirar significa que o admirado tem algumas características que gostaríamos de ter (uma diferença, portanto). Algumas diferenças, mais óbvias que valorizadas são as seguintes: certa diferença de idade (o homem um pouco mais velho que a mulher), de altura (o homem, um pouco mais alto que a mulher).

Pessoas irrealistas na escolha de parceiros podem pagar caro

Uma dose de otimismo sobre as próprias qualidades produz bons resultados na escolha de parceiros. Por exemplo, existem evidências que pessoas com autoestima mais altas têm parceiros mais qualificados do que pessoas com piores autoestimas.
Por outro lado, homens que escolhem mulheres muito mais qualificadas que eles, muitas vezes acabam se tornando muito bonzinhos ou submissos. Isso só funciona em curto prazo. Em médio e longo prazo, eles acabam sendo desprezados por não serem másculos, não tomarem inciativas e, muitas vezes, acabam tendo problemas sexuais.
As mulheres que miram homens muito mais qualificados que elas frequentemente descobrem que eles só queriam sexo e não ligam no dia seguinte.
Homens e mulheres que são muito exigentes na escolha de parceiros têm mais chances de ficarem sós ou mal servidos.

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