Com contas bloqueadas, BBom deposita R$ 2,5 milhões para mulher de diretor Procuradora da República diz que objetivo era driblar congelamento; presidente nega


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Logotipo da BBom, empresa de marketing multinível suspeita de ser pirâmide financeira

O Grupo BBom, que está com as contas congeladas pela Justiça por suspeita de ser uma pirâmide financeira , depositou R$ 2,5 milhões na conta da mulher do diretor de marketing da empresa, Ednaldo Bispo.
Para o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), que fez a denúncia, tratou-se de uma tentativa de furar o bloqueio de verbas determinado em julho pela 4ª Vara da Justiça Federal em Goiás. 
"Todas as contas da empresa estão com determinação de bloqueio. Eles [ responsáveis pela empresa ] tentaram sacar transferindo o dinheiro para a conta dela", disse ao iG a procuradora da República que atua no caso, Mariane de Mello. O saque foi barrado pela Justiça. 
João Francisco de Paulo, presidente da Embrasystem – dona da marca BBom –, diz que os recursos bloqueados dizem respeito ao pagamento de serviços prestados por Bispo. 
"É caluniosa essa notícia. Estamos entrando com processo hoje mesmo no MPF-GO para esclarecer isso", diz Paulo ao iG .  "Eu peguei dinheiro emprestado para pagar."
300 mil associados  em meses 
Surgida em fevereiro, a BBom é apresentada como braço de marketing multinível da Embrasystem, que atua no ramo de rastreadores. Com a promessa de lucros com a revenda desse tipo de equipamentos, em poucos meses o negócio  atraiu em questão de meses cerca de 300 mil associados, que pagaram taxas de adesão de R$ 600 a R$ 3 mil.
Para o MPF-GO, porém, o esquema é uma pirâmide financeira pois o negócio se sustentaria com as taxas de adesão, e não da venda de rastreadores. O MPF-GO diz que a Embrasystem vendeu 1 milhão de rastreadores, mas só comprou 16 mil de seu principal fornecedor.
Em 10 de julho, foram bloqueadas as contas da Embrasystem, que usa os nomes fantasias BBom e Unepxmil, e da BBrasil Organizações e Métodos LTDA, além dos sócios proprietários. 
Mariane, do MPF-GO, informou que por questão de sigilo não poderia dizer se os R$ 2,5 milhões depositados na conta de Cristina Dutra Bispo, mulher de Bispo veio de uma dessas contas ou de alguma outra.
"O que posso lhe dizer é que esse dinheiro saiu do grupo Embrasystem. É dinheiro do consumidor, que deveria ser devolvido para o consumidor e que o grupo tentou sacar em benefício próprio", diz Mariane.
O flagrante fez com que também as contas de Bispo e da mulher fossem congeladas, segundo a procuradora da República.  "Outros gerentes ou empregados ou grandes divulgadores fizerem a mesma coisa vão sofrer a mesma consequência  e poderão vir a responder como réus."
Aguarde mais informações 

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