O ator e vendedor Vinícius Romão de Souza, de 26 anos, preso após ser acusado por uma mulher de tê-la assaltado, falou com com jornalistas no playgroud de seu prédio, no Méier, Zona Norte do Rio, poucas horas após ser solto nesta quarta-feira (26). Detido por 16 dias na Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, Região Metropolitana, ele reencontrou amigos, que gritavam seu nome, emocionados (i). Sobre a copeira Dalva Moreira da Costa, que o acusou, ele disse que ela errou e que a perdoa, e que é preciso descobrir outros "Vinicius".
"Tem muitos Vinicius lá dentro. Meus amigos lutaram por mim aqui fora, coisa que eu não podia fazer. Se não fosse por eles, estaria apodrecendo lá como muitas pessoas estão", agradeceu, sem mágoas da copeira. “Eu não guardo rancor. Ela foi vítima. Pelo que ela diz, foi assaltada, estava nervosa e infelizmente me confundiu. Eu vou ter oportunidade de falar com ela. Só quero dizer que perdoo ela e ela pegou o cara errado”, completou.
Para o ator, o momento mais difícil de toda a história foi quando foi abordado pelo policial na hora do assalto. "Ele apontou a arma pra mim. Foi a parte mais revoltante."
Condições 'desumanas'
Vinicius denunciou condições "desumanas" na cadeia e contou que ficou em uma cela com cerca de 15 detentos, presos por tráfico de drogas e pela Lei Maria da Penha, e dormiu no chão, em papelões. "Eu falei que era neutro e fiquei num lugar que não tinha facção", explicou. "Meu maior medo foi que fizessem alguma coisa comigo, mas não pelo pessoal do meu convívio. Preferi ficar junto com outras pessoas e não queria ficar sozinho numa cela [tinha direito por ter diploma de curso superior]."
Vinicius denunciou condições "desumanas" na cadeia e contou que ficou em uma cela com cerca de 15 detentos, presos por tráfico de drogas e pela Lei Maria da Penha, e dormiu no chão, em papelões. "Eu falei que era neutro e fiquei num lugar que não tinha facção", explicou. "Meu maior medo foi que fizessem alguma coisa comigo, mas não pelo pessoal do meu convívio. Preferi ficar junto com outras pessoas e não queria ficar sozinho numa cela [tinha direito por ter diploma de curso superior]."
Mesmo após 16 dias preso injustamente, o ator diz que conseguiu tirar boas lições: "Eu li 'Polyana' [clássico da literatura infanto-juvenil], que sempre tira coisas boas de tudo que acontece. O que eu tirei de bom é aproveitar cada minuto. Cada coisa que a gente não leva a sério, como abrir a geladeira e beber uma água. Lá a água eu bebia na hora do banho quando a gente enchia as garrafas", contou, ansioso para voltar ao trabalho, como vendedor na loja em que foi efetivado recentemente. "Estou com saudades e sei que eles vão me receber de braços abertos."
Um oficial de Justiça levou o alvará de soltura à casa de detenção, onde amigos e parentes também o aguardavam. O ator ficou preso em uma cela com mais 15 detentos. A chegada doalvará de soltura atrasou por falta de luz na Central de Mandados de Alcântara, em São Gonçalo.
Na terça-feira (25), a 33ª Vara Criminal do Rio concedeu habeas corpus a Romão, depois que a copeira Dalva Moreira da Costa, vítima do roubo, afirmou em novo depoimento na 25ª DP (Engenho Novo) que se enganou ao fazer o reconhecimento do ator como o suposto ladrão. Após ouvir o depoimento, o titular da delegacia, delegado Niandro Lima, pediu à Justiça do Rio habeas corpus para o ator.
Mesmo após conseguir a liberdade, Vinícius Romão terá de responder a processo por roubo.
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Prisão é investigada
A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar se houveirregularidades na prisão do ator. As condutas do policial Waldemiro Nunes de Frietas Junior, que trabalha na 11ª DP (Rocinha), e do delegado que estava de plantão no dia, Willian Lourenço Bezerra, serão analisadas.
A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar se houveirregularidades na prisão do ator. As condutas do policial Waldemiro Nunes de Frietas Junior, que trabalha na 11ª DP (Rocinha), e do delegado que estava de plantão no dia, Willian Lourenço Bezerra, serão analisadas.
Vinicius disse que o advogado vai cuidar de uma possível ação, mas não confirmou se vai processar. "Eu acho que eu tinha que ligar na hora do ocorrido, mas não consegui, só no dia seguinte", disse.
Copeira volta atrás
A reviravolta no caso ocorreu com o depoimento de Dalva, na terça-feira. Ela disse que pensou em ir à polícia no dia seguinte para retirar a queixa, mas não tinha dinheiro para a passagem. "Ela admite a hesitação no primeiro reconhecimento dele, o que é natural, porque foi uma ação violenta e ela pode ter se confundido", explicou Niandro. O delegado disse também que não acredita em má-fé. "Ninguém dos dois teria interesse em prejudicar uma pessoa inocente."
Copeira volta atrás
A reviravolta no caso ocorreu com o depoimento de Dalva, na terça-feira. Ela disse que pensou em ir à polícia no dia seguinte para retirar a queixa, mas não tinha dinheiro para a passagem. "Ela admite a hesitação no primeiro reconhecimento dele, o que é natural, porque foi uma ação violenta e ela pode ter se confundido", explicou Niandro. O delegado disse também que não acredita em má-fé. "Ninguém dos dois teria interesse em prejudicar uma pessoa inocente."
Pai aliviado
O pai de Vinícius, Jair Romão falou sobre como reagiu ao saber da notícia da liberdade do filho. "Graças a Deus, ocorreu tudo bem, como eu esperava. Em momento algum eu admitia ele ter sido o culpado de cometer esse roubo", disse, sem saber explicar como vai reagir ao reencontrá-lo. "Ah, emoção a gente só pode dizer no momento o que vai ocorrer."
O pai de Vinícius, Jair Romão falou sobre como reagiu ao saber da notícia da liberdade do filho. "Graças a Deus, ocorreu tudo bem, como eu esperava. Em momento algum eu admitia ele ter sido o culpado de cometer esse roubo", disse, sem saber explicar como vai reagir ao reencontrá-lo. "Ah, emoção a gente só pode dizer no momento o que vai ocorrer."
O G1 teve acesso ao registro de ocorrência do caso. No registro, a vítima contou que após o assalto o homem teria pulado o muro da estação de trem para fugir e que dentro da bolsa roubada havia a quantia de R$ 10, um crachá, um celular e documentos. Ela contou que o homem estava de camiseta e bermuda preta, era negro e tinha o cabelo estilo black power.
No registro de ocorrência, o policial militar que fez a prisão afirma que nenhum pertence da vítima foi encontrado com o ator. "No depoimento, o policial disse que o Vinicius tinha passado o material para uma pessoa conhecida como 'Braço', só para justificar a prisão dele, mas não fez nenhuma diligência para procurar essa pessoa", disse Jair Romão.
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