"A vida começa onde termina a zona de conforto"


"A vida começa onde termina a zona de conforto"

Essa afirmação foi endossada por muita gente que atua em áreas muito diferentes do conhecimento e pode ser encontrada em muitos endereços na internet. Por exemplo, ela foi encampada por autores de diversas correntes da psicologia, tais como psicologia transpessoal, psicologia da realização e psicologia da cura, e por religiosos como o famoso americano Neale Donald Walsch.
Neste artigo vamos abordar alguns dos principais motivos e consequências de agir fora e dentro da zona de conforto.

Por que o convite para atuar fora da zona de conforto faz tanto sucesso?

A ampla adoção dessa afirmação indica que ela possui uma forte dose de apelo e que deve conter alguma dose de verdade ou, pelo menos, capta a aspiração de muita gente.
Situações que exigem respostas fora da zona de conforto
Somos impelidos para fora de nossas zonas de conforto nas seguintes situações: (1) fomos colocados à força para fora dessa zona, (2) fomos pressionados para agir fora dessa zona porque as nossas respostas não estavam sendo eficazes para lidar com situações importantes, 3) Necessidade de  realizar o nosso potencial. Segundo a psicologia da autorrealização, o ser humano tem a necessidade de crescer psicologicamente e realizar o seu potencial. Para que haja esse crescimento, é necessária a expansão contínua das nossas fronteiras psicológicas. Essa expansão acontece quando atuamos com sucesso fora da nossa zona de conforto e (4) descobrimos a sabedoria e o prazer de aceitar desafios que estão fora dessa zona. 
Limitações que exigem atuações fora da zona de conforto 
Um dos motivos do poder apelativo dessa instigação para atuar além da zona de conforto é que ela aponta um caminho para nos livramos das insatisfações que nos afligem. Algumas dessas insatisfações são as seguintes:
Insatisfações econômicas e profissionais. No campo profissional e econômico, gostaríamos de ampliar nossos horizontes. Mantemo-nos em um emprego medíocre onde somos subaproveitados, temos medo de empreender e fracassar, não temos dinheiro, tempo ou a coragem que dariam condições para viver como queremos (por exemplo, gostaríamos de proporcionar um bom nível de vida para nossos filhos). A superação dessas dificuldades esbarra em apreensões porque exigem ações fora da nossa zona de conforto: iniciar um novo negócio, mudar de emprego, solicitar ajuda, etc.
Barreiras psicológicas. Somos prisioneiros de diversos tipos de barreiras psicológicas: somos tímidos, inassertivos, temos baixa autoestima e, por isso, não agimos como gostaríamos por mais que saibamos que aquilo que nos amedronta é fictício e irrazoável.
Relacionamento amoroso. No campo amoroso, vivemos em relacionamentos insatisfatórios que perduram como são porque temos medo de tomar medidas para alterá-los ou para  abandoná-los.
Campo psicológico. Temos medo de rever e mudar a nossa autoimagem e a imagem das pessoas que nos cercam.  Temos pouca flexibilidade para rever nossas metas e redefinir as nossas prioridades. Agimos como se preferíssemos ter um objetivo qualquer na vida, por mais irreal e restrito que seja, do que nos darmos ao trabalho corrigir as nossas aspirações.

O relacionamento humano exige atuação fora da zona de conforto

No plano psicológico, a realidade muda continuamente. Por exemplo, os objetivos, os estados emocionais e as percepções de dois interlocutores que estão em uma conversa vão mudando continuamente à medida que ela vai acontecendo. Por isso, é eles precisam tomar conhecimento do que está ocorrendo em cada momento e de responder da forma adequada ao que percebem. Para tomar conhecimento que estar com as nossas mentes livres de expectativas, temores e proteções que sejam suficientemente fortes para distorcer o que está acontecendo. Perceber assim já é agir fora da zona de conforto.
Em muitos setores da vida temos atualizar constantemente nossas percepções, motivações e ações. Para realizar essas atualizações não podemos deixar que conclusões passadas e ultrapassadas direcionem esses mecanismos psicológicos.

Quando é sábio agir dentro da zona de conforto

A zona de conforto é aquela zona psicológica onde agimos da maneira que já foi testada anteriormente e que, por isso, tais ações nos fornecem uma boa chance de sucesso e mantêm a estabilidade e o status quo da nossa vida. Por exemplo, nos portamos daquela maneira que sabemos que tem uma boa chance de agradar o parceiro amoroso, de manter o nosso emprego, de não desperdiçar nossas economias e de mantermos o nosso bem estar físico e psicológico.
A zona de conforto também funciona como uma espécie de “alarme do eu” que ajuda a preservar a sua integridade. Quando fazemos algo que dominamos, que conhecemos bem e que sabemos que seremos bem sucedidos, podemos agir no “automático”.
A natureza criou  alarmes que indicam quando estamos em risco. No caso da segurança física temos alarmes do tipo falta de ar, dor, calor, frio, enjoo. No caso psicológico existem mecanismos como ansiedade, apreensão, insegurança, culpa. Alguns desses mecanismos emitem alerta para perigos que ameaçam tanto a nossa segurança física como a nossa segurança psicológica. Este é o caso, por exemplo, do medo que dispara tanto para ameaças físicas quanto psicológicas.
Segundo Darwin, o mais apto para a sobrevivência não é o mais inteligente ou o mais forte, mas sim, o mais adaptável. Ser adaptável é extremamente importante porque vivemos em um mundo constantemente mutável e nós também mudamos. "Adaptável" significa agir da forma mais apropriada para as circunstâncias. Essa forma de agir pode exigir mudanças contínuas da nossa parte, o que pode gerar inseguranças porque essas novas formas são menos conhecidas porque foram menos exercitadas do que aquelas que já adotamos várias vezes anteriormente. A natureza criou grandes prêmios imediatos e distantes no tempo para aqueles que se adaptam melhor. Exemplos de prêmios imediatos: alegria, energia, sensação de estar fluindo. Exemplos de prêmios distantes: maior sucesso reprodutivo.

Sem uma interpretação, as ações não fazem sentido

Um dos motivos para agirmos dentro da zona de conforto é que grande parte das formas de agir não faz sentido fora dessa zona. Por exemplo, uma forma simples de não ser ignorado e de chamar atenção de uma grande quantidade de pessoas seria gritar em publico, ao invés de ficarmos famosos. O grito, no entanto, não é considerado válido na nossa cultura para essa finalidade e, quando acontece, recebe outro tipo de interpretação (quem grita com essa finalidade pode ser considerado louco). Outros exemplos: na China, é considerado impolidez nos negócios ir direto ao ponto e tentar fechar um contrato. Na nossa cultura, uma forma de agir que é considerada, no mínimo, muito inadequada é perguntar para uma mulher recém-apresentada por um amigo em comum se ela toparia ir para a cama imediatamente.

Não é necessário buscar zonas de conforto para serem superadas

Algumas pessoas aprenderam que as situações sociais são sempre novas e que, por isso, elas têm que ser percebidas e encaradas de uma forma também nova. Não é necessário buscar essas zonas de conforto para serem superadas. Os desafios já estão ai a todo o momento. Quem sente a necessidade de buscá-los está fechando os olhos para os desafios mais relevantes que estão sempre batendo à sua porta para procurar outros mais irrelevantes ou artificiais. Por exemplo, são pessoas que fecham os olhos para a forma de ser da esposa que está ao lado, mas está sempre procurando a excitação de um novo negócio.

Agir fora da zona de conforto é diferente da busca por excitação

O crescimento proporcionado pela ultrapassagem de zonas de conforto é bem diferente da aceitação de riscos para produzir adrenalina. Aceitar este tipo de risco só traz mesmo adrenalina e rouba o tempo e a energia que poderiam ser dedicados ao verdadeiro desenvolvimento pessoal.

Variações pessoais da propensão para agir fora da nossa zona de conforto


Estilos pessoais em relação à zona de conforto

As pessoas podem ser classificadas quanto à frequência, profundidade e tipo de zonas de conforto que aceitam ultrapassar. Algumas pessoas são conservadoras, sempre fazem mais do mesmo, adoram formas consagradas de agir e se sentem muito desconfortáveis com situações onde não há prescrições sobre a forma de agir ou com aqueles que transgredem essas formas. Outras pessoas adoram inovar, pegar novos caminhos, transgredir códigos de conduta. A maioria de nós se encontra em algum ponto entre esses dois extremos ou mais próximo ou mais longe de um deles, dependendo da área ou do assunto que está tratando.
Na área econômica, os investidores costumam ser classificados em relação às suas propensões para correr riscos como conservadores, moderados ou agressivos. Há pouco tempo, uma revista publicou uma pesquisa que mostrava que os empreendedores mais bem sucedidos do Brasil já tinham falido muito mais vezes do que aqueles que alcançaram o sucesso. Ou seja, os mais bem sucedidos eram aqueles que se arriscavam mais e, por isso, tinham mais chances de fracassar, mas, em média, eram os que obtinham mais sucesso.
Certas pessoas descobriram que é inerente à vida a aceitação de ultrapassagens de certas zonas de conforto. Algumas delas também descobriram que ampliar limites psicológicos produz sensação de prazer, de estar fluindo e de estar vivendo a vida.

Problemas psicológicos que dificultam ações fora da zona de conforto

Algumas áreas da psicologia tratam daquelas pessoas que têm muita dificuldade para sair de suas áreas de conforto. Elas ficam ansiosas, apreensivas, sentem culpa e perdem a noção do que é certo ou errado.
Algumas dos principais problemas psicológicos que dificultam a atuação fora da zona de conforto são os seguintes:
Timidez. As pessoas tímidas ficam tensas e inibidas (se comportam mais pobremente do que são capazes) em situações sociais: olham menos nos olhos, iniciam menos assuntos, revelam menos seus interesses amorosos.
Inassertividade. Os inassertivos não se portar da forma como sentem em pensam em situações sócias. Por exemplo, quando alguém faz algo que infringe seus direitos elas podem não se manifestar e reafirmar seus direitos.
Baixa autoestima. Aqueles que têm baixa autoestima subestimam seus méritos e ampliam seus deméritos.

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