Lideranças e empresários do município de Londrina se sentiram desprestigiados com a falta de publicidade da intenção do grupo suiço Avio Internacional se instalar no norte do Paraná. O vínculo entre Maringá (100 km de distância) e a fábrica de aviões foi firmado pelo governador Beto Richa (PSDB) na última quarta-feira (17). O processo foi conduzido pelo secretario de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul (Seim), Ricardo Barros, que é natural da cidade canção.
Entidades como a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) colocaram que sequer foram consultadas sobre a possibilidade da vinda do grupo suiço. O presidente da Codel, Bruno Veronesi, disse que só soube da novidade cerca de dois dias antes da assinatura do protocolo de intenções.
"Quando tentei contato, através da Associação Comercial do Paraná, fui informado que o processo já estava fechado com Maringá", disse. De acordo com ele, não há nada contra com o município ter sido escolhido pelo grupo, porém, faltou a apresentação de Londrina e demais cidades, que segundo ele, poderiam sim concorrer na disputa pela vinda da Avio Internacional.
"Nós temos uma área em torno do aeroporto 14 BIS que poderia ser ofertada. Com certeza teríamos produto interessante em Londrina para mostrar. O problema não é ter ido para Maringá, pelo contrário, acho muito bom que fique na região norte do Estado e não concentrado na região de Curitiba", disparou.
O presidente da Acil, Flávio Balan, falou no princípio de isonomia. "Não é questão de ficar irritado. Não cabe essa palavra no contexto. Mas sim que deveríamos ter a chance de participar e concorrer, mostrar as potencialidades da cidade. Londrina é pioneira na aviação do Estado. Temos segunda maior movimentação de aeroporto, um aeroclube com mais de 60 anos e realização de prova da Anac", comentou.
Ricardo Barros, por sua vez, descartou qualquer possibilidade de favorecimento à sua cidade natal. Ele alega que a escolha do grupo se deu devido ao fato do aeroporto de Maringá ter gestão própria, ao contrário de Londrina, que está sob comando da Infraero.
"Londrina foi colocada no processo das empresas como qualquer lugar do Paraná. Eles não queriam um aeroporto da Infraero e então sobraram Maringá e Cascavel. Como Maringá tem uma estrutura bastante avançada foi escolhida", declarou.
Procurado pela reportagem de odiario.com, o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Carlos Hauly, que é de Cambé, região de Londrina, primeiramente não quis se manifestar sobre o assunto. Após diversos questionamentos, ele comentou que não teria nada a acrescentar ao assunto. "A reclamação não procede", afirmou.
Ele declarou que tanto ele quanto o governador, que é londrinense, estão interessados na vinda de indústrias para a região, mas que cabe também à própria prefeitura correr atrás das empresas, inclusive manter as que já estão instaladas na cidade. Para ele, o fato de Maringá ter o aeroporto instalado ao lado do Parque Industrial "fez toda a diferença" na escolha pelo grupo suiço.
Investimentos
Os investimentos da Avio serão na ordem de R$ 174 milhões. A fábricaserá instalada em uma área de 90 mil metros quadrados. De acordo com o cronograma, as obras têm início em janeiro do ano que vem. Em 2015, os primeiros aviões e helicópteros começaram a ser fabricados. O grupo suiço deve gerar mais de mil empregos.
Fonte: O Diário.
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