Livio Oricchio - Enviado especial - O Estado de S. Paulo
ZURIQUE - As pesadas críticas a Ferrari, domingo, depois de terminar o GP da Hungria na quinta colocação, 31 segundos atrás do vencedor, Lewis Hamilton, da Mercedes, valeram literalmente um puxão de orelhas a Fernando Alonso.
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Luca Bruna/AP
Alonso não está satisfeito com o desempenho do carro
Assim como o espanhol mudou sua postura pela primeira vez desde a chegada a Maranello, sede da Ferrari, em 2010, acusando os técnicos de incompetentes, a direção da escuderia italiana de forma inédita também chamou a atenção do seu piloto publicamente. A relação entre Alonso e a Ferrari vive seu pior momento em três anos e meio de casamento.
No texto colocado no ar no site da equipe nesta segunda-feira, Montezemolo diz ser necessário nesse momento de dificuldades fechar com o grupo, não colocar tudo para fora na decepção da hora, compreensível diante de um resultado negativo, mas que não beneficia ninguém.
O texto prossegue afirmando que suas palavras representam uma referência clara às declarações de Fernando Alonso que não agradaram a Montezemolo e a ninguém na equipe.
“Assim, quando esta manhã o presidente chamou Alonso para cumprimentá-lo pelo aniversário de 32 anos também lhe puxou as orelhas, lembrando-o que a todos os grandes campeões que pilotaram para a Ferrari lhes foi imposto que defendessem os interesses da escuderia antes dos seus”, traz o comunicado italiano.
Montezemolo falou mais: “Este é um momento para todos manterem-se calmos, evitar polêmicas e dar com determinação e humildade a sua contribuição, estando sempre próximo, dentro e fora das pistas, da equipe e de seus homens”.
Na reunião do presidente com Stefano Domenicali, diretor do time, e os engenheiros, não deixou de ser exposto o seu descontentamento com a introdução dos novos pneus Pirelli, que teriam parte de responsabilidade na perda de competitividade do modelo F138.
Com pneus anteriores a Ferrari era, junto da Lotus e Force India, quem melhor os explorava e significava importante vantagem. Montezemolo prometeu abordar melhor o tema no futuro.
Até a próxima etapa do campeonato, o GP da Bélgica, 25 de agosto, 11.º do calendário, depois das férias da Fórmula 1, a Ferrari deverá necessariamente incorporar no seu carro novos componentes capazes de o tornar mais veloz e equilibrado. Se isso não acontecer e Alonso continuar vendo os adversários distanciando-se nas corridas, como em Budapeste, domingo, a relação que hoje já é bastante tensa tenderá a se agravar.
Apesar do contrato do espanhol com a Ferrari se estender até o fim de 2016, e se tratar de um brilhante profissional dentro do cockpit, Montezemolo é da escola de Ron Dennis, diretor da McLaren, que no fim de 2007 chamou Alonso, então seu piloto, para uma conversa, por razões semelhantes, e o mandou procurar outra equipe.
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