O prazer e a importância de ser pai;A paternidade é uma experiência maravilhosas que dá sentido para a vida. As melhores recordações que ficam são daquelas situações onde estávamos plenamente envolvidos com os nossos filhos!



Existe certo consenso sobre a informação de que o dia  dos pais foi comemorado pela primeira vez na Babilônia, há mais que quatro mil anos, por um jovem chamado Elmesu. Este jovem registrou em argila os seus desejos de sorte, saúde e vida longa ao seu pai. A primeira tentativa de institucionalizar essa dada aconteceu em 1909, nos Estados Unidos: Sonora Luise tentou criar o dia dos pais para homenagear o seu querido pai.  Essa data só foi oficializada em 1972 pelo presidente Richard Nixon.
Neste artigo, vamos examinar a satisfação e a importância de ser pai. Para ressaltar o papel desempenhado pelos pais humanos, vamos comparar as contribuições para a reprodução dos machos e fêmeas de várias espécies.  
Diferentes graus de contribuição dos pais para criar os filhos em diferentes espécies
No reino animal, a fecundação pode ser interna ou externa ao corpo da fêmea. Aquelas espécies que têm fecundação interna podem ter gestação interna (a mãe gesta o filhote no seu ventre) ou externa (botam os ovos).
Há uma grande dose de variação entre as espécies na quantidade de cuidados com ovos e com filhotes. Esta variação vai desde quase nenhum cuidado (as tartarugas marinhas fêmeas escolhem um lugar propício para botar, botam, enterram os ovos e vão embora. Depois disso, elas nunca mais cuidarão dos ovos ou dos filhotes) até uma grande quantidade de cuidados, como aqueles apresentados por aves como a galinha, que usam o calor do corpo para manter ovos aquecidos. Depois que nascem, os pintinhos são alimentados, protegidos e ensinados durante um bom tempo.
 Também há uma grande variação entre as espécies na quantidade de cuidados apresentados pelos machos, tanto para chocagem dos ovos quanto para a criação dos filhotes. Em muitas espécies, eles investem esforços e tempo apenas na fase do cortejamento e na fecundação da fêmea.  Em certas espécies, são eles que cuidam sozinhos dos ovos (certos peixes machos, por exemplo, após fecundarem os ovos, permanecem no local e ficam abanando-os com movimentos das nadadeiras para oxigená-los) ou dividem esses cuidados com as fêmeas, como acontece com  algumas espécies de aves. Em casos mais raros, são os machos que cuidam sozinhos dos filhotes (isso acontece, por exemplo, com o cavalo marinho).
Após o nascimento, os filhotes são cuidados pela fêmea , mais raramente por ambos e, mais raramente ainda, só pelo macho.
A cria humana é a que requer mais tempo de cuidados
A espécie humana se reproduz através da fecundação interna (os futuros pais gostam muito de participar desta tarefa, rs), gestação interna e longos anos de cuidados com os filhotes após o nascimento. O ser humano nasce completamente indefeso e é incapaz de sobreviver por si só: não é capaz de se locomover, obter alimentos, alimentar-se sozinho. Somos a espécie cujos filhotes, proporcional ao tempo de vida, requerem mais tempo de cuidados. Existem estimativas de que, nas situações naturais onde a nossa espécie se desenvolveu, uma criança só tinha chances de sobreviver sozinha após os 11 anos de idade.
Casamento como estratégia reprodutiva
O esforço necessário para cuidar das nossas crias até que elas consigam sobreviver sozinhas é demasiadamente grande para uma só pessoa. Por isso, a nossa espécie (e algumas outras) desenvolveu a estratégia de somar os esforços dos pais para este empreendimento. Assim, quando um homem se une a uma mulher para a fecundação e para a criação dos filhos, isso aumenta muito o sucesso reprodutivo do casal em relação aos casos nos quais só um deles se encarrega desses cuidados.
O papel tradicional do marido
O papel do pai mudou muito nos últimos anos e ainda está em transição. Até pouco tempo atrás era esperado que o pai:
-  Fosse o único provedor do lar: era ele quem devia garantir a alimentação, a moradia e arcar com as despesas de educação dos filhos.
- Fosse o “cabeça do casal”. Era esperado que ele tivesse um poder incontestável sobre a família. Ele funcionava como uma espécie de última instância: as suas decisões deviam eram uma espécie decreto final e, por isso, não era admissível que fossem questionadas pelos filhos.  Essa autoridade era usada pelas mães para ameaçar os filhos: “Quando o seu pai chegar, ele vai ficar sabendo o que você fez”. Ele também tinha a palavra final nas decisões  mais importantes da família, como o local de moradia, investimentos e escola dos filhos.
- Fosse mais “racional” e menos emocional do que a esposa: não devia mostrar muita ternura, amor, fragilidade, etc.
Agora o pai está mais próximo dos filhos.
Antigamente, as crianças viviam em um mundo segregado dos adultos. Por exemplo, não era permitido que participassem e nem estivem presentes em muitos eventos e conversas de adultos. Elas também podiam e deviam sofrer castigos corporais por se portarem mal (eram castigadas com cintos, varas de marmelo, palmatórias, etc.).
Atualmente, o que está instituído é o reino da infância e da adolescência. Boa parte das decisões é muito influenciada pelos desejos dos filhos e por aquilo que os pais acreditam que os deixará felizes e que seja bom para eles. Também é esperado que o pai funcione mais como um amigo dos filhos do que como um ditador benevolente. 
Está cada vez mais claro que os pais modernos também têm um papel muito importante no desenvolvimento da estrutura psicológica dos filhos: ajudá-los a construir uma boa autoimagem e contribuir para que eles desenvolvam uma boa capacidade cognitiva e uma afetividade saudável. Para contribuir eficazmente para o desenvolvimento dos filhos, não basta fornecer-lhes boa alimentação, conforto, boas escolas e bens materiais. Tão ou mais importante que tudo isso, é manter uma boa comunicação com eles, acreditar neles, respeitá-los, dar importância para as suas ideias e sentimentos. Mais importante que preparar o filho para ganhar dinheiro e ser bem sucedido é contribuir para que ele desenvolva o seu potencial, seja ele qual for, seja seguro e persiga aquilo que faz sentido para ele.
Divisão de funções com as mães
À medida que a mãe moderna foi assumindo funções de provedora e trabalhando fora de casa, boa parte das suas funções tradicionais foram sendo repassadas para a escola. O pai, por sua vez, foi sendo solicitado, cada vez mais, a assumir funções que no casamento tradicional eram “coisas de mulher”: tarefas caseiras e participação ativa da educação dos filhos, etc.
Creio que todos saímos ganhando com esses novos papéis dos pais. A vida está mais igualitária e afetiva naquelas famílias. Deve-se, no entanto, respeitar os limites razoáveis de todos os papéis: não existe nada de mau na existências de papéis diferenciados na família: mãe, pai e filhos. Confundir demasiadamente esses pais gera confusão e disfuncionalidade.
A paternidade é uma experiência maravilhosas que dá sentido para a vida. As melhores recordações que ficam são daquelas situações onde estávamos plenamente envolvidos com os nossos filhos!

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