Filho deve ser o que realmente é, não o que os pais gostariam que fosse,..Comportamento, Dicas para pais e filhos, Educação, Família


Dia desses, fui assistir ao filme “O mar não está pra peixe: Tubarões à vista!”. A história é a de um peixinho que, após expulsar um tubarão do recife onde mora com seus amigos e familiares, tem novamente seu espaço ameaçado pelo inimigo, agora mais forte e acompanhado de outras feras. Sabendo disso, uma sábia tartaruga o aconselha a mudar sua estratégia de luta, indicando-lhe a necessidade da ajuda de todos. Muito vaidoso por ter conseguido sozinho expulsar o tubarão da primeira vez, o peixinho reluta. Porém, acaba treinando seus amigos para lutarem como ele.
Sem conseguirem acompanhá-lo, os outros peixes o abandonam e se ligam a um tubarãozinho que se infiltra no grupo com a intenção de atrapalhar o plano deles. Sua proposta é a de fazerem um show para atrair a atenção dos humanos. Para tanto, cria um espaço para que cada um apresente um número artístico, como um show de talentos. Com isso, todos se envolvem e acabam desenvolvendo alguma habilidade.
Esse filme é para crianças. Como muitas produções destinadas a esse público, traz lições interessantes. No caso, a ideia é dar chance para as pessoas serem o que realmente são e não aquilo que querem que elas sejam.
Não raro, isso costuma acontecer nas relações familiares, quando os pais esperam e cobram que seus filhos tenham que ser de determinada maneira. Alguns são tão exigidos que acabam perdendo a referência de quem realmente são, além de desenvolverem o sentimento de serem inadequados e incapazes.
Um exemplo clássico é a interferência da família na escolha profissional. Em alguns lares, o filho só terá valor se seguir determinada carreira (as mais comuns são medicina ou direito), geralmente aquelas exercidas pelos seus antepassados.
Sem dúvida, não há problema em os pais desejarem algo para o filho. Bem como não há contra indicação em seguir os passos dos pais. Porém, a escolha deve ser de quem vai exercer o ofício. Caso contrário, haverá frustração e a crença de que nunca conseguirá ter algum sucesso.
Outro exemplo são as notas escolares. Alguns pais fazem da vida dos filhos um inferno por eles não tirarem dez em tudo, mesmo tendo boas notas. Ou por exigirem a prática de um esporte ou de um instrumento musical só porque acham bonito. Esquecendo-se de ver as reais potencialidades dos filhos, seja para terem melhores notas ou praticarem algo.
Além da frustração que essas pessoas podem viver, há o risco de se distanciarem de seus familiares, por não se sentirem aceitos por eles, e virem a se ligar a pessoas nem sempre adequadas, como o tubarãozinho. Mas que, como ele, conseguem reconhecer aquilo que as pessoas realmente são ou podem ser. Algo fundamental para todos – serem reconhecidos, principalmente pelos pais.
Criar filhos é possibilitar-lhes que desenvolvam potencialidades e características próprias – que sejam aquilo que queiram e possam ser. Como bem diz o ditado, criamos os filhos para o mundo e não para nós mesmos.

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