Como ajudar nossos filhos a entender o que está acontecendo


Todos estão surpresos com os acontecimentos em nosso país. De Norte a Sul, o povo está manifestando sua insatisfação com os rumos que ele vem tomando. De tanto dar um jeito aqui e outro ali, sua paciência se esgotou. Este jovem de 500 anos talvez esteja amadurecendo. Como todo adolescente, questionando e reivindicando aquilo que acha ser mais justo.

Existem várias maneiras de mostrarmos nossos dissabores. Uma delas é ir às ruas com cartazes e palavras ditas em coro, como o que se viu. Alguns aproveitaram essas situações para extravasarem todo o seu ódio usando de agressividade. Possivelmente eram apenas baderneiros, cujo único prazer foi destruir. Ou então pessoas que, de tanto guardarem seu descontentamento, não conseguiram que seu inconformismo saísse de outra maneira.
De todo modo, as crianças viram muitas dessas ações. E se assustaram. Não entenderam bem o que se passava. Anunciaram coisas fantasiosas do tipo: “Ninguém virá para a Copa, pois quem vem num país em que acontecem essas coisas?” Referindo-se à depredação da prefeitura e ao incêndio de um carro.
Não necessariamente essa ideia, mas imagino que muitos adultos pensaram em coisas parecidas. Como um golpe de estado ou coisa que o valha. Não estamos acostumados a manifestações assim. O susto não foi só dos pequenos, valeu para os grandes também.
Como ajudar nossos filhos a entender tudo isso, podendo discriminar o que é manifestação de pura destruição, é o que muitos pais estão se perguntando. Afinal, também temos o dever de ajudá-los a se tornarem cidadãos.
Os mais novos nem sempre estão interessados no sentido maior da manifestação, prendem-se às imagens de multidões e depredação. O fogo costuma chamar-lhes a atenção. Uma explicação rápida e pontual sobre suas dúvidas é o suficiente, com o cuidado de se discriminar o que é possível de ser feito – sair às ruas e dizer o que pensa – daquilo que é reprovável – destruir algo ou agredir alguém. Sem grandes explanações ideológicas sobre o assunto. Depois da primeira frase, sua atenção tenderá a se desviar.
Com os adolescentes vale a pena puxar assunto. Uma boa conversa permite conhecer o que o filho pensa, além de orientá-lo quanto a sua participação em eventos como esses. Juntos vão poder construir uma nova maneira de ver as coisas, valorizando-o em seu amadurecimento. Sempre com o cuidado de não confrontá-lo simplesmente para medir forças. A adolescência é o momento de questionar tudo.
Pensando na criação deles ao longo da vida, na importância de se ter ideias, posições e poder lutar por elas, é interessante que a prática da conversa exista dentro dos lares, sempre. Onde as pessoas possam falar, ouvir, refletir e, dentro do possível, promover mudanças

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