‘Mimos’ dos avós trazem mais benefícios que malefícios


Participando de um bate-papo com um grupo de pais sobre a colocação de limites para as crianças, foi levantada a dúvida de como controlar a influência dos avós nesta questão. Uma das participantes relatou que sua filha ganha muitas coisas de seus quatro avós e que percebe uma mudança de comportamento na casa deles. Lá, tem uma liberdade não encontrada em outros lugares. Porém, sabe seguir as regras de onde mora e as da escola, não dando trabalho algum. Com isso, surgiu a desconfiança de que já percebeu como se comportar em vários lugares (como algo ruim).O problema foi compartilhado por outros pais. Ao mesmo tempo em que lamentaram esta interferência na vida dos pequenos, reconheceram a necessidade deles para quebrar algum galho com os filhos.Os avós são figuras especiais. Eles têm a importante função de ajudarem, na medida do possível, os filhos criarem os netos. Numa necessidade, são aqueles que estão por perto. Nem todos são assim, é certo.Para os netos, costumam representar um canto precioso, que garante um alívio quando as coisas não vão muito bem. Algo que nem sempre os pais podem oferecer. Diferente deles, os avós podem fazer isso, sem ter a função de criar o neto para a vida.Às vezes, agem de maneira contrária a pregada pelos pais. Oferecem comida não saudável, compram o que os netos pedem e não se importam que coloquem o pé no sofá. Muito menos que façam lá as refeições. Ou seja, mostram um mundo permissivo que muitos pais combatem. Além de estarem sempre prontos a oferecerem um colo.A não ser que os avós tenham um comportamento muito destoante dos valores da família, o que não é o mais comum, essa convivência traz mais benefícios que malefícios. As crianças parecem distinguir muito bem quais as figuras de autoridade mais importantes e que geralmente são os pais. Desde que eles assumam esse papel e não fiquem à sombra dos seus próprios. Por isso, a tendência é seguirem as orientações dos pais.Até porque, eles são as pessoas mais amadas pelos filhos. Por não terem muita certeza disto, temem essa competição desigual com os avós, visto terem eles que inserir os pequenos na realidade e mostrar seus limites. Ou seja, frustrá-los. Algo que os avós não precisam fazer, mas que fizeram quando exerceram a paternidade. Não há competidores, apenas mudança de papeis.Por isso que as crianças são diferentes com os avós e com os pais. Como cada um tem um comportamento específico para cada situação da vida. Não somos os mesmos na praia e no trabalho. Com o chefe e com o namorado.Sorte daqueles que podem ou puderam conviver com essas figuras. Que mostram um mundo que se sabe não ser real, mas que funcionam como um alento para as tristezas da vida. Como um chazinho bem quente em tempos de gripe.

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