Mulheres são mais contidas que os homens ao fantasiar sobre sexo
Fantasias podem ser boas aliadas para uma vida sexual mais ativa. Conheça as mais comuns entre as mulheres
Para as mulheres, o prazer na hora da relação não tem a ver só com o estímulo físico. Elas precisam ser excitadas também emocionalmente – e as fantasias podem ser boas aliadas para uma vida sexual mais ativa e divertida.
“A mulher que fantasia é mais feliz durante a relação, porque consegue responder melhor aos estímulos do parceiro. Mas para rolar ela precisa se conhecer, saber do que gosta, o que a estimula. Se tiver um parceiro participativo, os dois podem trocar essas informações”, sugere a psicóloga especialista em sexualidade Juliana Bonetti.
Aprenda: Como realizar suas fantasias sexuais
Um estudo feito recentemente pela Universidade de Granada, na Espanha, mostrou que, de um modo geral, homens e mulheres fantasiam as mesmas coisas quando o assunto é sexo. A diferença está nos cenários e situações, e principalmente na intensidade: eles tendem a ser mais ousados do que elas, e fantasiam com mais frequência com troca de casais e orgias.
Publicado em 1973, o livro “Meu jardim secreto” foi considerado uma espécie de dossiê das fantasias sexuais femininas. Ele foi baseado em cartas e entrevistas coletadas pela escritora americana Nancy Friday, nas quais as mulheres revelavam seus maiores desejos na cama. No fim de 2013, a jornalista e escritora britânica Emily Dubberley escreveu uma releitura do clássico, nomeada “Jardim dos desejos: a evolução das fantasias sexuais das mulheres”.
De 30 anos para cá, algumas fantasias predominaram entre as favoritas das mulheres, como as de submissão e dominação, voyeurismo e sadomasoquismo. Essas últimas, porém, se popularizaram ainda mais com o lançamento de “50 tons de cinza”, de E. L. James.
“É um livro que abriu mais a mente das mulheres em relação a fantasias sexuais, já que traz um príncipe encantado às avessas e uma mulher que se assume na relação, mostrando que a fantasia é algo positivo”, diz Juliana Bonetti.
O mais recente lançamento nessa linha é "Segredo Compartilhado" (Ed. Globo), da canadense L. Marie Adeline, a sequência do best seller erótico "Segredo". Depois de ser iniciada na sociedade secreta que ajuda mulheres a se liberarem sexualmente, agora a personagem principal, a viúva Cassie Robichaud, é convidada a tornar-se uma guia. O objetivo é conduzir as mulheres escolhidas para participar da organização pelas mais diversas fantasias sexuais que povoam o imaginário feminino.
“Hoje, muitas mulheres entendem que fantasiar faz parte do processo erótico e que dá um sabor especial ao sexo. Mesmo assim, algumas ainda não conseguem fantasiar porque entendem a fantasia como uma traição, uma perversão ou até vulgaridade”, explica Fátima Protti, terapeuta sexual e colunista do Delas.
O mais importante é que as duas partes da relação se sintam confortáveis para encarar as novas aventuras no sexo, sejam elas fantasias tradicionais ou mais ousadas.
“Precisa ser um casal amigo e que fale sobre sexo sem nenhum tipo de julgamento. Essa vivência é muito benéfica para a relação, porque os dois aprendem a ter mais intimidade e se curtir mais”, afirma Amaury Mendes Junior, especialista em sexualidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Conheça as fantasias sexuais mais comuns das mulheres, de acordo com os especialistas consultados:
Dominação – como a sexualidade feminina foi reprimida durante muitos anos, o impulso de submeter o parceiro aos próprios desejos e vontades acabou se tornando uma fantasia recorrente entre as mulheres. São elas quem “comandam” o sexo, escolhendo posições, intensidade, movimentos, brinquedos eróticos... Sempre com o consentimento do parceiro, claro.
Submissão – essas fantasias se concretizam como a vontade de conhecer o outro lado do fetiche de dominação e submissão e podem ser aproveitadas durante a relação alternadamente, para que o casal experimente as duas posições. Nessa fantasia, que também se popularizou com “50 tons de cinza”, é a mulher quem obedece às vontades do parceiro. “Geralmente, mulheres que profissionalmente exercem muito poder no cotidiano gostam de experimentar o outro lado na cama”, conta Fatima Protti, terapeuta sexual e colunista do Delas.
Ménage à trois – o sexo com três pessoas ao mesmo tempo (duas mulheres e um homem ou o contrário) é uma das fantasias prediletas de homens e mulheres. Para elas, o ménage acaba sendo a oportunidade de viver uma situação incomum e “proibida”, além de realizar o desejo que muitas mulheres têm de se envolver com alguém do mesmo sexo, sem deixar o parceiro de fora. O sexo com dois homens também figura no imaginário delas, por se sentirem desejadas ao extremo – e ao mesmo tempo.
Voyeurismo e sexo em lugares públicos – novamente, o inesperado e a vontade de desafiar regras funcionam como uma combinação excitante. Pode ser em qualquer lugar: elevador, estacionamento, banheiro de algum bar ou restaurante e até na varanda de casa. “Essa fantasia também é estimulada pelo prazer em se exibir”, explica Fatima Protti. O importante, então, é que exista o risco de ser pego, para tornar a brincadeira ainda melhor.
Fingir ser uma garota de programa – essa fantasia acaba se manifestando como uma válvula de escape, a possibilidade de ser uma mulher completamente entregue ao sexo, sem os pudores ou regras que a sociedade estabelece. “Nessa fantasia, ela pode se libertar, se transformar numa mulher ousada na cama”, diz Amaury Mendes.
Sexo com parceiros mais jovens – a relação com alguém mais jovem e, consequentemente, menos experiente, é uma fantasia excitante para as mulheres porque dá a sensação de poder e de total controle na cama. É a chance de ensinar ao parceiro as melhores posições, toques, preliminares, enfim, tudo o que resulta numa transa inesquecível.
Infidelidade – a relação monogâmica e tradicional, sem muitas novidades em relação ao sexo, pode se tornar o combustível para essas fantasias. Fantasiar com outro parceiro, porém, não precisa se transformar em um sentimento de culpa: essa fantasia pode ficar apenas no imaginário das mulheres, não precisa ser colocada em prática. “Mesmo na imaginação, ela pode funcionar como um gatilho para a mulher, algo que vá motivá-la, que a ajude a se soltar mais na hora da relação”, acrescenta Juliana Bonetti.
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