Osmar tem encontro decisivo com Dilma Pedetista hesita entre disputa ao Senado, vice de Gleisi ou candidatura a deputado federal

O ex-senador Osmar Dias: pedetista resiste em entrar em disputa direta com o irmão, Álvaro Dias (PSDB) (foto: Arquivo)
O ex-senador Osmar Dias (PDT) tem nesta sexta-feira (21) um encontro decisivo para seu futuro político e a definição do quadro eleitoral no Paraná. Osmar se reúne em almoço com a presidente Dilma Rousseff (PT) em Brasília, e no cardápio da conversa estarão às possibilidades que o pedetista tem para a disputa de outubro. Dilma e o PT tentam convencê-lo a concorrer ao Senado na chapa da pré-candidata petista ao governo, senadora Gleisi Hoffmann. Mas Osmar resiste em entrar em uma disputa direta com o irmão e candidato à reeleição, senador Álvaro Dias (PSDB), temendo que ela acabe sendo mal interpretada pelo eleitorado e prejudicando ambos.

A questão foi abordada publicamente na semana passada, durante passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Curitiba para um encontro estadual do PT que serviu como uma espécie de pré-lançamento da candidatura de Gleisi e teve a participação do pedetista. Na ocasião, ao discursar Lula afirmou que gostaria de ter Osmar na chapa da petista como candidato ao Senado, mas que compreendia a dificuldade do aliado em aceitar a missão. Quando o próprio Osmar discursava, militantes do PT puxaram o côro de “vice”, em uma menção à outra possibilidade do pedetista: a de ser companheiro de chapa de Gleisi como candidato a vice-governador. O pedetista, porém, tratou de desconversar, dizendo que “dá muito trabalho como vice”.

Correligionários de Osmar afirmam que ele não tem perfil para ser vice, até por já ter disputado duas vezes o governo do Estado, em 2006 e 2010, tendo sido derrotado respectivamente por Roberto Requião (PMDB) e o atual governador Beto Richa (PSDB). Restaria, portanto a ele, uma candidatura a deputado federal ou não disputar as eleições deste ano, permanecendo no cargo de vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, para o qual foi nomeado por Dilma após a última derrota eleitoral.

Prazo — Com o “recall” das eleições passadas, aliados avaliam que Osmar poderia fazer uma grande votação caso se candidatasse à Câmara Federal, podendo “puxar” votos e eleger pelo menos mais três candidatos de seu partido à Casa. O problema é que essa possibilidade também é vista com reservas por ele, já que poderia ser interpretada como um sinal de decadência eleitoral para quem já foi senador por dois mandatos e quase chegou ao governo em 2006, quando perdeu a eleição para o então governador Requião no segundo turno por uma diferença de pouco mais de dez mil votos.

Restaria então a ele permanecer no Banco do Brasil, na expectativa de que em uma eventual reeleição de Dilma, ser alçado a um cargo mais expressivo no plano federal. Osmar já foi cotado várias vezes para assumir o comando do Ministério da Agricultura, sua principal área de atuação. Entre os petistas, porém, o comentário corrente é que sem um mandato expressivo, ele perderia capital político e dificilmente teria apoio para conquistar o cargo em uma segunda gestão da petista.

Conhecido por alimentar o mistério em torno de suas decisões político-eleitorais até a última hora, Osmar desta vez não poderá postergar por muito tempo uma definição. Por conta da lei, caso queira disputar qualquer cargo eletivo em outubro, terá que se desincompatibilizar do posto no Banco do Brasil até o próximo dia 4, seis meses antes das eleições.

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